17.3.08

Morrer na praia.

Ah velha embarcação, porto de abrigo de tantas intempéries, companheiro fiel de inúmeras fainas, contador silencioso de mil histórias passadas no mar, mar que é vida, mar que é morte... ah velha embarcação, perdida e abandonada depois de muito servir, tu, qual diário que levas para sempre os sorrisos e as lágrimas de companheiros inseparáveis sem nunca os deixares entregues ao abandono. Onde havias tu de morrer senão na praia?

2 comentários:

Anónimo disse...

Talvez que eu morra na práia
cercado e perfido no banho
por toda a espuma da práia
como um pastor que desmaia
no meio do seu rebanho.

Talvez que eu morra na rua
e dê por mim derrepente
em noite fria e sem luar
e mando as pedras da rua
pisadas por toda a gente.

Talvez que eu morra entre grades
no meio de uma prisão
porque o mundo além das grades
venha esquecer as saudades
que roiem meu coração.

Talvez que eu morra de noite
onde a morte é natural
as mãos em cruz sobre o peito
das mãos de Deus tudo aceito
mas que eu morra em Portugal

- pedro homem de mello

...

L.

Anónimo disse...

Talvez, l., talvez... :)

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