1.3.08

Objectos de culto (XIV). O que nos fica de um livro?

Decerto um romance faz-se com palavras. Pois com que é que havia de fazer-se? Mas antes disso faz-se com o impulso animador a essas palavras e que assim não passa bem por elas mas por entre elas, fazendo delas apenas um apoio para passar além, como o som passa pelas cordas mas existe por entre elas e é nesse som o indizível que nos emociona. O que nos fica de um bom livro é essa emoção que já não lembra as palavras e vive por si.
(Vergílio Ferreira)

2 comentários:

Anónimo disse...

«O touro estava especado nas quatro patas para ser morto, e Romero matou-o mesmo por baixo de nós. Matou-o, não como fora forçado a isso pelo último touro, mas como quis. Perfilou-se mesmo diante do touro, tirou a espada das pregas da muleta e bafejou a lâmina. O touro observava-o. Romero falou ao touro e bateu com um dos pés. O touro correu e Romero esperou por ele, a muleta baixa, bafejando a lâmina, os pés firmes. Depois, sem dar um passo em frente, uniu-se ao touro, o estoque estava no alto entre as espáduas, o touro sentiu a flanela ondulada baixa, que desapareceu ao desviar-se Romero para a esquerda, e tudo acabara.»

Excerto do livro "Fiesta"de Ernst Hemingway

...

olé

compañero

nos vamos

por la fiesta

a unas cañas

en pamplona?

...

ab

L.

Anónimo disse...

Li e gostei caro l. O meu pai era fã e isso acabou por passar-se para o filho. O preferido para mim é "Ter e não ter".
Abraço.

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